segunda-feira, 10 de junho de 2013

Explorando farmacologicamente a Esquizofrenia



· O que é psicose?


   As psicoses são caracterizadas por uma ou mais das seguintes manifestações: perda de encadeamento lógico do pensamento, incapacidade de julgamento, percepção incorreta da realidade, alucinações, ilusões, excitação extrema, e comportamento violento.


· Tipos de Psicose

I) Esquizofrenia

II)                  Distúrbios afetivos: depressão e mania

III)                Psicoses orgânicas :causadas por traumatismo, alcoolismo, etc.

· O que é Neurose?

Neurose: São menos graves, não há perda da capacidade de compreender a realidade, embora o paciente possa sofrer extremamente.


· Mas afinal...O  que é Esquizofrenia??

   A esquizofrenia é um transtorno do processo mental caracterizado por um ou mais episódios de psicose (comprometimento do sentido da realidade). Atualmente, uma das hipóteses mais aceitas como sendo relacionadas na patogenia da esquizofrenia fala de uma combinação de hiperfunção da dopamina e hipofunção dos glutamatos no sistema neuronal, juntamente com um envolvimento pouco esclarecido dos receptores da serotonina (5HT2) e um balanço entre esses receptores com os receptores dopamínicos (D2). Os pacientes podem manifestar transtornos da percepção, pensamento, fala, emoção e/ou atividade física. Os sintomas esquizofrênicos são divididos em duas amplas categorias.


  • Obs: A dopamina é um neurotransmissor encontrado em vesículas dentro dos neurônios, próximas à sinapse (vesículas sinápticas). Sua função é estimulante e está relacionada ao controle dos movimentos e à sensação de prazer. Baixos níveis deste neurotransmissor têm sido associados à doença de Parkinson. A “teoria da dopamina”, apesar de ser controversa, prevê que há uma hiperatividade da dopamina no cérebro dos pacientes esquizofrênicos.

  • Obs: O glutamato é um tipo de neurotransmissor. Um aminoácido simples, e age como principal neurotransmissor excitatório no SNC. Ele desempenha um papel importante na transmissão rápida (isto é, resposta rápida ao estímulo), cognição, memória, movimento e sensação.

   Os sintomas positivos envolvem o desenvolvimento de funções anormais; esses sintomas incluem: Delírios (crenças distorcidas ou falsas e interpretação incorreta das percepções), alucinações (percepções anormais, particularmente auditivas),  discurso desorganizado e comportamento catatônico

   Os sintomas negativos  são  os menos “ativos”, mas que afetam as relações sociais, pois são os resultado da perda ou diminuição das capacidades mentais, acompanhando a evolução da doença ou seja, envolvem a redução ou perda das funções normais; esses sintomas incluem:


· Afeto embotado (diminuição na gama ou intensidade de expressão emocional)
· Alogia (diminuição da fluência da fala)
· Dificuldade de relacionamento
· Retraimento social apático
· Dificuldade de pensamento abstrato
· Pobreza afetiva-expressão
· Passividade
· Falta de espontaneidade



· Critérios da America Psychiatric Association para diagnosticar a Esquizofrenia




· Classes e agentes farmacológicos

   Embora a base biológica da esquizofrenia permaneça controvertida, diversos fármacos mostram-se efetivos no tratamento da doença. Quando bem-sucedidos, esses medicamentos podem levar a uma remissão da psicose e permitir a integração do paciente na sociedade. Entretanto, apenas raramente é que os pacientes retornam totalmente a seu estado pré-mórbido. Os fármacos utilizados no manejo da psicose são freqüentemente denominados neurolépticos ou antipsicóticos.

   Os antipsicóticos podem ainda ser divididos em antipsicóticos típicos, isto é, fármacos mais antigos com ações proeminentes no receptor D2, e antipsicóticos atípicos, que constituem uma geração mais nova de fármacos com antagonismo D2 menos proeminente e, conseqüentemente, com menos efeitos extrapiramidais.

· Obs: Efeitos extrapiramidais são estados neurológicos normalmente produzidos pela Doença de Parkinson ou, mais comumente, como efeito colateral dos neurolépticos ou antipsicóticos; substâncias usadas no tratamento da esquizofrenia e outras psicoses.


· Um pouco mais sobre os antipsicóticos típicos e atípicos...


· Histórico dos Antipsicóticos Típicos

   São drogas utilizadas no tratamento dos transtornos psicóticos onde se incluem: a esquizofrenia, transtorno psicótico induzido por drogas (anfetaminas, cocaína, levodopa, apomorfina e bromocriptina), distúrbio afetivo bipolar (síndrome maníaco-depressiva), transtornos cognitivos, mal de Alzheimer, etc. Antes de 1952,tudo que se podia fazer era “dopar” e acalmar os pacientes agitados e violentos.
   A história dos agentes antipsicóticos típicos remonta à aprovação da clorpromazina, em 1954, com base em observações de sua eficiência na esquizofrenia, porém com pouca compreensão do mecanismo de ação. Na década de 1960, quando o papel da dopamina no cérebro ficou mais esclarecido, a capacidade desses fármacos de bloquear a neurotransmissão dopaminérgica no SNC foi elucidada pela primeira vez.
   Se não fosse os antipsicóticos os hospitais psiquiátricos teriam cerca de 10 vezes mais pacientes em tratamento, mas infelizmente os antipsicóticos não fazem mais que aliviar a intensidade dos sintomas esquizofrênicos, sendo incapazes de curar.

· Fármacos antipsicóticos típicos

  Os fármacos antipsicóticos são usados para o tratamento da esquizofrenia. Os principais fármacos antipsicóticos típicos (bloqueiam somente os receptores D2) são: Clorpromazina, Levomepromazina, Triflupromazina, Tioridazina, Flufenazina, Trifluoperazina,  Perfenazina, Pipotiazina,  Tiotixeno,  Haloperidol,  Droperidol e Triperidol. Dentre os antipsicóticos tradicionais, clorpromazina foi o representante fenotiazínico selecionado como referência pelo efeito mais sedativo, útil no surto psicótico, e haloperidol para tratamento de manutenção. A causa da esquizofrenia continua indefinida, porém envolve uma combinação de fatores genéticos e ambientais.
   Os sintomas positivos da esquizofrenia (delírios e distúrbios do pensamento) são mais passíveis de responder à terapia com antipsicóticos típicos. Já os sintomas negativos (isolamento social e diminuição das respostas emocionais) respondem mais favoravelmente às drogas antipsicóticas atípicas.
   Diante dessas informações, serão explorados os fármacos principais para o tratamento da esquizofrenia. Como referência de tratamento tradicional, será abordado sobre  o medicamento clorpromazina e em relação ao tratamento atípico, o medicamento aripiprazol.


· Clorpromazina

   A clorpromazina foi o primeiro medicamento que se revelou eficaz em reduzir ou eliminar sintomas  psicóticos ainda no início da década de 50, provocando o que veio a ser considerada por muitos uma  revolução no tratamento de doentes mentais. Desde então, sua eficácia foi comprovada no  tratamento de sintomas psicóticos que ocorrem em vários transtornos como esquizofrenia, psicoses  breves, mania aguda (com sintomas psicóticos), depressão grave, transtorno esquizoafetivo,  transtorno delirante, agitação em pacientes com retardo mental e até mesmo psicoses na infância.
   A clorpromazina pertence ao grupo das fenotiazinas alifáticas e é considerada um antipsicótico de  baixa potência . É interessante lembrar que a potência do antipsicótico correlaciona-se à dose necessária para o bloqueio D2 e não á eficácia clínica.


· Antipsicóticos Atípicos

   Os denominados antipsicóticos atípicos possuem eficácia e perfis de efeitos adversos que diferem daqueles dos antipsicóticos típicos. Os cinco principais antipsicóticos atípicos são a clonazina, a olanzapina, a quetiapina, a ziprasidona e a risperidona. Todos esses fármacos são mais efetivos do que os antipsicóticos típicos no tratamento dos sintomas “negativos” da esquizofrenia. Além disso, comparações diretas da risperidona com o haloperidol mostraram que a risperidona é mais efetiva no combate dos sintomas positivos da esquizofrenia e na prevenção de uma recidiva da fase ativa da doença.
Os antipsicóticos atípicos produzem sintomas  significativamente mais leves do que os antipsicóticos típicos; em geral, esse efeito adverso só aparece quando os fármacos
são administrados em altas doses.


· Aripiprazol

   É uma droga da classe dos antipsicóticos atípicos. Os antipsicóticos são a base para o tratamento medicamen­toso da esquizofrenia. Os antipsicóticos disponíveis para tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são os de primeira geração, ou convencionais (clorpro­mazina, tioridazina e haloperidol). O aripiprazol é tão efetivo para o tratamento da esquizofrenia refratária quanto os medicamentos já incorpora­dos ao SUS, devendo ser considerados apenas em casos excepcionais de intolerância aos efeitos colaterais das drogas fornecidas.


· Efeitos Colaterais dos Antipsicóticos

   Muitos dos efeitos adversos dos antipsicóticos são  provavelmente mediados pela ligação desses fármacos aos  receptores D2 nos núcleos da base e na hipófise.

· distúrbios motores extrapiramidais
· distúrbios endócrinos.
· síndrome Parkinsoniptica, acatisia (inquietação incontrolável) e reações distônicas agudas.
· movimentos involuntários, tremor e rigidez
· aumento da liberação de prolactina, com consequente amnorréia, galactorréia
· teste falso-positivo de gravidez, ginecomastia  
· diminuição da libido nos homens.
· A sedação
· a hipotensão
· aumento do peso corporal
· boca seca


· Professor, fale-me mais sobre esses fármacos...


· Esses fármacos são disponibilizados pelo SUS?

   Os antipsicóticos disponíveis para tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são os de primeira geração, ou convencionais (clorpromazina, tioridazina e haloperidol).


· Os antipsicóticos atípicos são caros?


   O aripiprazol é um exemplo de antipsicóticos atípico e não está incluído no Rol de Medicamentos do SUS e apresenta custo mensal aproximado de R$ 750 a R$1.000, dependendo da dosagem necessária.


· O Aripiprazol é efetivo e seguro para o tratamento da esquizofrenia resistente ao tratamento convencional?



   A busca na literatura localizou evidências de revisão sistemática da Colaboração Cochrane, que encontrou estudo comparativo da droga a apenas outros dois antipsicóticos. A revisão observou que o aripiprazol é menos efetivo que a olazanpina e tem eficácia igual à risperidona, mas com melhor tolerabilidade em termos de efeitos colaterais.


· Bibliografia
































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